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Inicialmente estamos sugerindo o livro autobiográfico de Oliveira Lima, MEMÓRIAS (Estas Minhas Reminiscências...). Estamos apresentando na integra a excelente Nota do editor Leonardo Dantas Silva. Esperamos despertar em todos vocês o desejo de conhecer um pouco sobre a vida, obra e contribuição do nosso patrono para a sociedade.
Estamos realizando a catalogação dos novos livros, em breve, faremos comentários e sugestões sobre as obras.
MEMÓRIAS (Estas minhas Reminiscências...)Pref. De Fernando da Cruz Gouveia. 2. Ed.Recife, FUNDARPE. Diretoria de assuntos Culturais, 1986. 319 p. (Coleção Pernambucana – 2ª fase, 29). Inclui bibliografia. Fac-símile da Edição de 1937.
1.OLIVEIRA LIMA, MANOEL DE< 1867
-1927 – AUTOBIOGRAFIA. I Título.
Nascido no Natal de 1867, no Corredor do Bispo, Recife,
Manuel de oliveira Lima veio tornar-se num dos mais expressivos vultos da Terra
Pernambucana.
Poucos anos de sua infância foram vividos em Pernambuco, de
onde se transfere com os seus pais em 1873 indo fixar-se em Lisboa (Rua da
Glória, 23);onde realiza os seus estudos e inicia-se na vida literária.
Doutorado em Filosofia de Letras, pela Faculdade de Letras de Lisboa (1888), em
10 de dezembro de 1890 passa a integrar a carreira diplomática como adido de
primeira classe junto a Secção do Brasil em Lisboa.
Em 1981 casa-se no Recife, por procuração, com D. Flora
Cavalcanti de Albuquerque (15 de outubro), que vem a ser a principal
incentivadora de sua por vezes agitada carreira.
Embora afastado de Pernambuco, desde os seis anos de idade,
é para a sua terra natal que Oliveira Lima dedica o seu primeiro livro, PERNAMBUCO – SEU DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO
(F.A. Brockaus, Leipzig, Alemanha, 1895), cuja reedição facsimilar iniciou
a primeira fase desta COLEÇÃO
PERNAMBUCANA em março de 1976. - Escrito com um apurado bom gosto, de
linguagem fácil e amena, este manual de pernambucanidade veio tornar-se obra
indispensável para todo aquele que deseje inteirar-se do “simpático caminhar”
da gente pernambucana. Compreendendo o período dos descobrimentos até o final
da primeira metade do século XIX, PERNAMBUCO
– SEU DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO é uma verdadeira síntese, um breviário
cívico do povo pernambucano, que está sempre a ensinar às gerações que se
sucedem os bravos feitos daqueles que continuaram a obra iniciada pelo nosso
primeiro donatário, Duarte Coelho Pereira, em terras da Nova Lusitânia.
Pernambuco esteve sempre ligado à obra de Oliveira Lima,
como se depreende de sua bibliografia organizada por Neusa Dias de Macedo,
revista e atualizada por Fernando da Cruz Gouvêa (OLIVEIRA LIMA – OBRA SELETA, São Paulo 1971, PP. 1018-1033) – A
sua principal obra DOM JOÃO VI NO BRASIL
(Tipografia do Jornal do Comércio do Rio de Janeiro, 1908, 2 v. e Rio de
Janeiro, José Olímpio Editora, 1945, 3 v.) foi concluída no Engenho
Cachoeirinha (Vitória de Santo Antão – PE) onde costumava passar suas férias.
Foi, porém, a sua obra póstuma MEMÓRIAS (ESTAS MINHAS
REMINISCÊNCIAS...) que mais despertou
a curiosidade dos que se dedicam à vida deste Grande de Pernambuco, cuja
reedição, facsimilar da primeira dirigida por Gilberto Freyre, passa a integrar
a COLEÇÃO PERNAMBUCANA, 2ª fase, de modo a tornar conhecido das novas
gerações este livro polêmico publicado em 1937; quase dez anos após a sua morte
em 24 de março de 1928 (Washington D.C.).
Comentando suas MEMÓRIAS,
analisa Gilberto Freyre: “O modo às vezes tão pessoal com que fala dos políticos,
dos diplomatas e dos intelectuais do seu tempo raramente se azeda a ponto de
dar traços de caricatura aos retratos. Ao contrário: o que ele acrescenta às
imagens convencionais dos grandes homens me parece que são quase sempre notas
de um naturalismo que só faz completar as fisionomias ilustres, embora
tornando-as menos olímpicas”.
E, mais adiante, continua o autor de CASA GRANDE & SENZALA: “Há pessoas extremamente delicadas, a quem a leitura de
memórias como estas, de Oliveira Lima, mas não fazem bem. São pessoas que
preferem ver os grandes homens sempre olímpicos e cor-de-rosa. Ora, o bom livro
de memórias em vez de gritar para o grande homem como a biografia oficial ou o
elogio acadêmico, na voz mais doce do mundo, ‘Pára, és perfeito’, grita-lhe que
ande que se mova que continue a se mostrar imperfeito e humano como sempre foi.
Por isto suas páginas são às vezes tão cruéis. Elas não deixam os grandes
homens descansar nas suas glórias de estátuas. Elas fazem os grandes mortos
descer até os vivos e se tornar carne e
habitar de novo entre os homens”.
Assim, estas MEMÓRIAS têm a sua própria história. Para
contá-la fomos solicitar de Fernando da Cruz Gouvêa, o principal estudioso da
vida e da obra do memorialista, autor da obra clássica OLIVEIRA LIMA: UMA BIOGRAFIA (Instituto Arqueológico Histórico e
Geográfico Pernambucano, Recife, 1976) um estudo introdutório a esta segunda
edição, tarefa, que se desincumbiu com a galhardia que lhe é peculiar.
Estão aqui, de novo ao alcance do público ledor e das cinco centenas
de associados do CLUBE DO LIVRO
PERNAMBUCANO, estas páginas escritas pelo DOM QUIXOTE GORDO DE PARNAMIRIM, no dizer de Gilberto Freyre,
“...tão desassombradas, tão francas, tão sem papas-na-língua, tão cheias do
verdadeiro Oliveira Lima, que em todas as suas atitudes foi sempre um
independente e um sincero. É possível que às vezes muito pessoal, como reparou
Joaquim Nabuco. Mas quae nunca por sua causa; por causa dos outros. Deve haver
exagero e até erro no juízo que faz de alguns homens, homens do seu tempo.
Oliveira Lima era dos que precisam de distância para se tornar inteiramente
frios no julgamento. O que nunca deixa de haver nestas páginas é sinceridade.
Uma grande sinceridade em fixar as impressões e os traços dos homens”.
Estão aqui as MEMÓRIAS
de Oliveira Lima, uma apreciação bem pessoal de um período de sua vida
compreendido entre 1867 a 1903, onde nas suas quatro partes ele faz uma
apreciação sincera de sua vida diplomática e literária, com elementos da maior
importância para o entendimento da vida nacional e internacional daqueles
tempos.
Estão aqui as opiniões, acertos e desacertos, deste homem em
cujo testamento afirma humildemente: “Determino que corpo descanse onde ocorrer
meu falecimento, sepultado ou cremado de preferência se minha religião o não
vedar, sendo adquirida pela minha herdeira, isto é, por minha mulher ou na
falta desta pela Universidade (Católica da América) uma concessão perpétua em
campa rasa, a mais modesta possível, e não sendo em caso algum os meus restos
objeto de transporte post-mortem. Como epitáfio escolho somente este: AQUI JAZ UM AMIGO DOS LIVROS, sem indicação de nome. Estimaria sobremodo que a minha mulher repousasse perto de mim.
Também quero que nenhuma honra póstuma me seja atribuída no meu país ou fora dele...”
_ E assim repousa no Cemitério de Mount Olivet (Washington)
este Grande de Pernambuco, com a sua campa assinalada por uma lápide, com o
epitáfio por ele escrito, especialmente enviada por um grupo de amigos de sua
terra natal.
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